Hora do Poema 4: Murilo Ternes
Olá! Bem-vindos a mais uma Hora do Poema! Dessa vez trouxe os poemas do Murilo Ternes, de Joinville, que já havia participado das edições nº1 e nº2. Quer ver seus poemas aqui no Acrobata também? Envie um e-mail para acrobatadasletras@hotmail.com contendo seu nome, cidade e seus poemas.
de graça
desgraça é
uma palavra feia,
cheia de peso
e areia.
desgraça tem
falta de elegância,
inconstante
constância no ar.
façam algo
com o vernáculo;
abandonem-a,
libertem-na para
a exclusão.
explode em meu
peito a granada:
desgraçado é o
reflexo no espelho.
estou bem, hoje
acordei inteiro:
amanhã, quem sabe;
só pela graça.
[Murilo Ternes]
O Silêncio do Sol
tentei entender
o que se fez
dos meus dias.
o ânimo se foi:
mas para onde,
por quem?
a janela tinha
uma luminosidade
própria de manhã.
acordo, e tudo
é cinza e escuridão
diante de mim.
sempre pensei
que dias assim
choviam mares.
meu quarto é
um rio: torrente
de lágrimas
(o sol acena com um olhar
de quem não pode ajudar,
e eu deito, mais uma vez.)
[Murilo Ternes]
selo
se você ficar eu deixo
a minha vontade
de ir embora viajar
antes de mim.
sabe, eu me inscrevi
para ir embora
no primeiro raio
de sol da manhã.
escrevi uma carta
de despedida, triste
e cinza, pintada
com sangue.
eu ia embora
para Sempre
e sempre iria
lembrar de ti.
preferi ficar
e viver o sonho
que me prendeu
no teu mundo.
[Murilo Ternes]
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Postado por Ana Paula Belarmino