Resenha: Quem, eu?, de Fernando Aguzzoli


Olá, pessoal! Tudo bem? Hoje vim indicar para vocês um livro que li há algum tempo e que com certeza foi uma das experiências literárias mais emocionantes que já tive.

Quem, eu?”, de Fernando Aguzzoli, conta a história real de amor entre uma avó e um neto. Tudo começou em 2008, quando Nilva, avó do autor Fernando Aguzzoli, recebeu o diagnóstico de Alzheimer. Apesar do prognóstico negativo, Fernando decidiu que não iria abandonar sua avó e que iria enfrentar a doença junto com ela.

“Agora, sim, eu estava descobrindo qual era o pior sentimento do mundo, estar de mãos atadas no camarote olhando e aguardando aquilo que ninguém pode mudar. É pura impotência. Você dorme e acorda carregando uma tonelada de fraqueza nas costas e sentindo-se o mais incompetente dos homens. Ausência não é um sentimento; é uma condição imposta pelo tempo e pela vida, mas impotência é uma muito competente forma de rebaixá-lo a nada” (p. 35).

Fernando então decidiu largar sua carreira e seus estudos para se dedicar àquela que havia feito a mesma coisa por ele anos atrás. Ele acreditava que isso seria uma forma de retribuição à sua avó Nilva, que havia também deixado tudo para ajudar na criação do neto no passado.


O que você verá no livro é um compilado de histórias e diálogos que mostram como era o relacionamento dos dois ao longo da evolução da doença. Algo muito interessante no livro foi perceber como o neto da vovó Nilva decidiu encarar a doença. Apesar da gravidade do problema, Fernando sempre tratou tudo com bastante humor e afeto, tornando o dia a dia de convivência com a avó muito mais leve.

“É muito importante sempre estar com um sorriso no rosto e uma brincadeira na ponta da língua, assim evitamos todo e qualquer evento que gere constrangimento, raiva ou ressentimento” (p. 55).

O livro “Quem, eu?” foi lançado em 2014 e editado pela Editora Belas Letras. Além da história emocionante, o livro foi super bem editado, contando com diversos diálogos e fotografias que ajudam o leitor na sua imersão na história. Devo confessar a vocês que chorei horrores, mas que também me diverti muito durante a leitura. Recomendo a todos vocês!

“Vó, agora a senhora vai fazer uma viagem. Eu vou com você só até uma parte, mas prometo encontrá-la lá depois” (p. 79).