Resenha: Memorial do Convento, de José Saramago


Olá, pessoal! Tudo bem com vocês? Estou chegando por aqui com mais uma resenha... E hoje vamos falar sobre uma obra-prima da literatura em língua portuguesa: Memorial do Convento, de José Saramago. É considerado por muitos um dos melhores livros de Saramago, ao lado de Evangelho Segundo Jesus Cristo.

Tudo começa com o desejo do Rei D. João V e sua esposa D. Maria Ana Josefa por um filho, pois o casal estava enfrentando dificuldades para conceber um sucessor ao trono. Certo dia, um velho frade franciscano aconselha-os de fazerem uma promessa: se o rei prometesse construir um convento para os frades da ordem dos franciscanos na vila de Mafra, a rainha engravidaria. Assim que o desejo do rei e da rainha finalmente se concretiza, o Rei precisou então cumprir com sua promessa.

E é em meio à construção do Convento de Mafra que somos apresentados ao principais personagens do livro. O foco da obra gira em torno da história de amor entre Baltasar, um dos operários que estava construindo o convento, e Blimunda, uma mulher dotada de poderes especiais e capaz de ver o interior das pessoas. Após certo tempo, os dois conhecem um excêntrico padre chamado Bartolomeu de Gusmão, que era um grande entusiasta da aviação. Os três colegas decidem então embarcar numa aventura desafiadora: construir um aparelho voador, chamado por eles de Passarola.

Após a Passarola finalmente alçar o primeiro voo, o padre Bartolomeu de Gusmão precisou fugir do país, por conta da perseguição que estava sofrendo da Inquisição. Assim, Baltasar e Blimunda assumem a responsabilidade de, em segredo, continuarem a manter a Passarola em funcionamento.

Vou parar por aqui com a descrição do enredo para vocês, pois não quero dar spoilers. Entretanto, eu preciso contar para vocês que esse livro é especial do início ao fim. Me peguei chorando com o desfecho da história de Baltasar e Blimunda ao final da leitura.

O livro todo é ambientado e cercado por vários personagens e eventos reais, tendo como plano de fundo a Portugal do século XVIII. Além disso, o livro é transgressor em todos os sentidos: desde a linguagem e estrutura empregadas na escrita, típicas de José Saramago, até a postura adotada pelos personagens como, por exemplo, do padre Bartolomeu de Gusmão, que acabou se colocando contra os dogmas da igreja e sendo perseguido pela Inquisição por acreditar e perseguir seus sonhos.

Memorial do Convento foi minha primeira experiência com o autor José Saramago e posso garantir que foi amor à primeira vista leitura. Recomendo demais!