Resenha: Sobre a brevidade da vida, de Sêneca


Olá, pessoal! Como vocês estão? Hoje vim compartilhar com vocês uma leitura muito esclarecedora que fiz há uns dias... Estou falando do livro Sobre a brevidade da vida, de Sêneca. Sempre tive curiosidade de ler esse livro, mas por algum motivo acabava adiando a leitura. Acontece que nos últimos meses a obra acabou voltando às listas de mais vendidos nas livrarias e fez sucesso nas redes sociais. Então, dessa vez não pude escapar: encomendei essa versão da Penguin & Companhia das Letras, que por sinal foi muito bem editada, e dei início à leitura.


Sêneca é um dos filósofos estoicos mais importantes da história. Seus pensamentos resistem à passagem do tempo, devido à profundidade de suas reflexões. É maravilhoso pensar sobre como coisas que uma pessoa escreveu há séculos continuam válidas até os dias de hoje, e um dos grandes exemplos disso é a obra "Sobre a brevidade da vida".

Essa obra na verdade é uma carta escrita por Sêneca a Paulino, e fala sobre a importância de encararmos a morte com sabedoria e aproveitar a vida da melhor maneira possível. São vários os trechos do livro nos provocam reflexões e nos fazer pensar se estamos utilizando nosso tempo de maneira adequada. Para Sêneca, os humanos têm à sua disposição tempo suficiente para realizarem maravilhas e viverem uma vida completa, mas infelizmente desperdiçam esse tesouro de maneira irresponsável.

"Não dispomos de pouco tempo, mas desperdiçamos muito. A vida é longa o bastante e nos foi generosamente concedida para a execução de ações as mais importantes, caso toda ela seja bem aplicada. Porém, quando se dilui no luxo e na preguiça, quando não é despendida em nada de bom, somente então compelidos pela necessidade derradeira, aquela que não havíamos percebido passar, sentimos que já passou." (p.9)

Para Sêneca, os homens não têm coragem de enfrentar sua própria finitude e tomam decisões como se fossem imortais. Adiam seus desejos mais ardentes e que causariam grandes realizações em troca de dinheiro, afazeres no trabalho e prazeres imediatos. Isso faz com que, quando a pessoa chegue no momento de sua morte, perceba que na verdade nunca viveu de verdade e nunca se dedicou à adquirir sabedoria.

"Tendes medo de tudo como mortais, desejais tudo como imortais." (p. 12)

Assim, é importante que nós encaremos a morte com firmeza. Devemos aceitar o fato de que somos seres finitos e que devemos utilizar nosso precioso tempo de maneira adequada, e não com frivolidades. Devemos lembrar que, ao passo que estamos vivendo, também estamos cada vez mais perto da morte.

"É preciso durante toda a vida aprender a viver e, o que talvez cause maior admiração, é preciso durante toda a vida aprender a morrer." (p. 16)

São várias as reflexões provocadas por Sêneca ao longo da leitura. Vale destacar que o livro é super curtinho e vocês provavelmente conseguirão lê-lo em uma noite. É uma leitura que vai lhes ajudar a ter uma visão mais franca sobre suas próprias vidas (e sobre a morte também). Certamente recomendo que comprem esse livro, pois vale muito à pena.